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terça-feira, 4 de junho de 2013

O HOMEM QUE PINTAVA CORPOS







Vê as pessoas como telas brancas; dedos são pinceis, as suas palavras são as variações das cor. De mão livre percorre a pele dando à ela o símbolo imaginado. Não se trata de meros desenhos, não há barganha no rascunho, há sentido no traçado. Soma-se à sua técnica apurada a doçura capaz de capturar a marca tão sonhada. Ele ensina que tatuar a pele não é um ato banal, mas uma escolha perpétua que deve traduzir muito mais a essência do que a aparência. Há beleza, há conceito estético, mas no fim das contas, há cumplicidade. São sentimentos gravados na epiderme. E é isso me faz querer ser tela.



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